Franquia é considerada opção segura para investir.

Segmento é aposta de empresas que querem expandir negócios e de novos empreendedores.



Apesar do período de turbulências, um setor parece caminhar alheio aos problemas da economia brasileira. O franchising nacional segue crescendo acima de outros segmentos e, mesmo com a série de ajustes previstos para 2015, projeta mais um ano positivo. Com isso, as franquias tornam-se uma oportunidade de investimento, tanto para empresas que pensam em expandir quanto para empreendedores interessados em um primeiro negócio. O cenário é explicado, entre outros fatores, pela segurança que a reputação das marcas gera nos consumidores e pela estrutura consolidada das franqueadoras.
De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o segmento cresceu 7,7% em faturamento no ano passado, totalizando R$ 127 bilhões. O número de marcas operando saltou de 2.703 para 2.942, acréscimo de 8,8%. Também teve elevação a quantidade de unidades franqueadas, que ultrapassaram a marca de 125 mil, 9,6% a mais do que em 2013. Para 2015, a projeção é obter uma receita entre 7,5% e 9% maior. Os dados consolidados pela ABF confirmam a tendência verificada nos últimos anos, com o franchising se sobressaindo ao varejo de uma maneira geral. Afinal, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), o setor fecha 2014 com apenas 2,6% de aumento.
Para a presidente da regional Sul da ABF, Fabiana Estrela, o movimento é explicado, basicamente, pela reputação das marcas, fator que gera mais segurança em momentos de oscilação da economia. “Em momentos de crise o consumidor escolhe as marcas mais conhecidas. Da mesma forma, o empresário que ruma para um novo negócio prefere um investimento em um sistema integrado, planejado e testado, caso do franchising”, explica. Além disso, opina Fabiana, para a empresa que está se tornando franqueadora, o franchising é um canal para se ter ganho em escala sem aplicar capital próprio diretamente. “Quem faz investimento nas lojas é o franqueado”, afirma.
De acordo com Fabiana, à medida que a franquia vai ganhando escala em número de unidades, expande não somente a visibilidade da marca, mas inclusive as capacidades de negociação que impactam nos resultados de faturamento. “É diferente negociar com um fornecedor para uma ou duas lojas próprias do que negociar para toda uma rede de franquias.” O franchising também permite a troca de informações entre franqueado e franqueador: “Outras empresas investem orçamentos altos em pesquisa para ter informações sobre clientes por exemplo. Mas uma rede de franquias tem um dono em cada loja, uma inteligência engajada que traz percepções e novas ideias direto do consumidor”, completa.
O diretor da Capadócia Negócios, consultoria especializada, Paulo Pinheiro, por sua vez, destaca as facilidades geradas por um sistema padronizado de procedimentos comerciais, administrativos e de marketing. Quem deseja abrir uma loja de determinada franquia tem garantido ciclos de produção e fornecimento, além de tabelas de preço, treinamento, acompanhamento de indicadores e toda a estrutura montada pela franqueadora. “É uma bela oportunidade de investimentos”, confirma Pinheiro.

Investimento requer cuidados

Para ingressar no ramo das franquias é essencial realizar uma série de diagnósticos relativos ao perfil da empresa, alerta o diretor da Capadócia Negócios, consultoria especializada no segmento, Paulo Pinheiro. Em um primeiro momento, uma “análise de franqueabilidade” investiga se o negócio em questão possui os pré-requisitos para ingressar nesse novo mundo. São observados, então, entre outros aspectos, o atual estágio de desenvolvimento da companhia, sua governança corporativa, estrutura organizacional, metodologia de trabalho e estrutura. “Também é importante ter uma marca ou um serviço com força suficiente para se multiplicar no mercado”, considera Pinheiro.
A presidente da regional Sul da ABF, Fabiana Estrela, destaca a relevância do modelo de negócio ter potencial para dar resultados positivos por unidade. “Você pode ter uma rede de lojas próprias com o financeiro interligado. Nesse caso, uma unidade pode cobrir perdas da outra. Mas, para o franchising, tem que se projetar como esse negócio vai se comportar em cada estabelecimento”, explica. Ou seja, cada franqueado, embora faça parte de uma rede, tem obrigações individuais, com CNPJ e condição fiscal própria. O modelo do produto ou do serviço oferecido pela franqueadora necessita de condições para cada unidade ter sucesso econômico autossuficiente.  
De acordo com Pinheiro, é preciso prestar atenção no perfil de franqueado escolhido. “Não é o franqueado que escolhe a franquia. É a franqueadora que pré-determina um perfil adequado”, ressalta. O consultor defende, entretanto, que as primeiras unidades sejam montadas pela própria franqueadora, facilitando a criação de uma espécie de laboratório das especificidades que a empresa construiu na sua estratégia de mercado e, dessa maneira, corrigindo possíveis erros. “Marketing e comunicação devem ser sistêmicos, para que haja entendimento da proposta de valor que deve ser transmitida para toda a cadeia”, completa.

fonte: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=186257
E-Commerce